GENERAL QUER MULHERES COM MAIS PODERES

O Presidente da República, general João Lourenço, defendeu esta sexta-feira, 18 de Outubro, respeito pelas vozes e ideias das mulheres, especialmente em matéria de resolução de conflitos em África, ao invés de se sentarem apenas nas mesas de negociações. Quem diria, não é? Se calhar Angola estaria muito melhor de fosse governada por uma mulher, quem sabe se não mesmo por Ana Dias Lourenço.

O auto-intitulado estadista angolano, por sinal não nominalmente eleito, discursava na abertura do Fórum de Alto Nível das Mulheres da Região dos Grandes Lagos, que decorre em Luanda até sábado, no qual destacou a importância de se adoptar políticas que capacitem as mulheres a liderar e a contribuir para o processo de paz, com base na ideia de que a inclusão feminina é fundamental para alcançar uma estabilidade duradoura na região.

“Devemos trabalhar em conjunto com governos, sociedade civil, organizações regionais e parceiros internacionais, para reforçar os acordos de paz e garantir que a ajuda humanitária chegue aos mais necessitados”, afirmou.

João Lourenço advogou a promoção da educação, dos cuidados de saúde e de oportunidades económicas para todos, especialmente para mulheres e jovens.

“Só através do investimento no nosso capital humano poderemos garantir um futuro de prosperidade para o nosso continente”, disse.

Referindo-se aos princípios da Agenda 2063 da União Africana, o Chefe de Estado fez um apelo para um compromisso colectivo, para inculcar a cultura de paz e tolerância nas novas gerações.

Destacou igualmente o “papel exemplar” das mulheres africanas, mencionando a presença na reunião de delegações femininas da República Democrática do Congo e do Ruanda, dois países em conflito.

As duas delegações, disse, estão presentes não para se digladiarem, fazendo acusações entre elas, mas para juntas defenderem a necessidade do fim do conflito e o alcance da paz na Região dos Grandes Lagos, para que se normalizem as relações entre os dois países irmãos e vizinhos, e, assim, passar a haver desenvolvimento económico e social em benefício dos povos africanos.

Para o Presidente da República, nada melhor que o “sentimento de paz duradoura” clamado pelo povo congolês e ruandês ser transmitido por organizações femininas dos dois países, uma vez que, em todos os conflitos armados, são sempre as mulheres e crianças as principais vítimas.

João Lourenço manifestou ainda a confiança de que as conclusões do fórum serão acolhidas por todos os Estados africanos que, entre outras iniciativas, reafirmam a importância da promoção da democracia participativa no continente, do diálogo e do incentivo a políticas e acções em todas as fases de resolução de conflitos.

O Presidente anglicano exprimiu igualmente a sua vontade de ver este fórum como uma plataforma para novas alianças políticas, um meio para colocar as mulheres no centro da tomada de decisões, marcando um passo importante para a paz e segurança na Região dos Grandes Lagos.

Para que as mulheres estejam no centro dos esforços de construção da paz e segurança, é fundamental que trabalhem para superar divisões e construir pontes de cooperação, apelou por sua vez a ministra de Estado para a Área Social, Maria Bragança.

A ministra destacou que a participação das mulheres nos processos de paz e na tomada de decisão tornou-se um imperativo para o progresso regional, continental e global.

Para Maria Bragança, aprofundar e difundir o conhecimento sobre Mulheres, Paz e Segurança, em espaços como o Fórum de Alto Nível das Mulheres da Região dos Grandes Lagos é um sinal claro do compromisso com a melhoria do índice de protecção e respeito pelos direitos humanos, liberdades fundamentais e incremento da democracia nos Estados modernos.

A realização deste Fórum, realçou, coloca em evidência o papel da cidadania africana em todas as fases do processo de construção da paz e contribui com recomendações para a integração efectiva da dimensão das mulheres nas políticas regionais relacionadas com a defesa, segurança interna, reconciliação e a cooperação.

Este esforço, acrescentou, visa alcançar as aspirações da Agenda 2063 da União Africana e materializar os Objectivos Estratégicos da Resolução 1325 da ONU, em relação à protecção das pessoas, integração do género, estabilidade e bem-estar colectivo.

No Fórum, as mulheres da região dos Grandes Lagos analisam temas como “A situação humanitária e de segurança no leste da RDC e na Região”; “Impacto económico dos conflitos sobre as mulheres na região”; “Mecanismos para erradicação da violência baseada no género em contexto de conflito” e “Desafios e oportunidades para uma participação significativa das mulheres nos processos de paz em curso”, entre outros.

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